domingo, 26 de junho de 2011

Pit stop pra recarregar as energias!!!


           Logo depois do México passei duas semanas no Brasil, assim que cheguei em Florianópolis rolaram boas ondas na frente de casa, o fotografo e grande amigo, Jovani Prochnov (www.surfimagens.com.br) veio do Rio Vermelho para o Sul da Ilha e conseguimos produzir um material muito irado. Ao menos eu achei, heheheheh!!! Abaixo postei alguns momentos.
Ainda tive tempo de curtir minha família, alguns amigos (com certeza não todos que queria, mas nos vemos em breve!), fechar alguns negócios pendentes e pegar novas roupas de borracha na Truzz. Isso tudo antes de vir para Europa, de onde escrevo estas linhas, mais precisamente da rodoviária intermunicipal de Madrid.
Totalizando, serão dois dias no aeroporto de São Paulo e um em Madrid, dois aviões, dois metrôs e um ônibus até Lisboa, 72h de viagem aproximadamente. Detalhe: o sarcófago com as pranchas, roupas e outras bugigangas tem 30 KG!!! Fico por aqui durante 3 meses, treinando e trabalhando. Em breve colocarei algumas fotos e, se tudo fluir conforme planejado, um vídeo com as ondas das próximas semanas por aqui. Aquele abraço e divirtam-se!!!









quinta-feira, 9 de junho de 2011

Hasta luego y muchas gracias!!!


            No último mês de maio tive a oportunidade de realizar um antigo sonho, pegar ondas na praia de Zicatela em Puerto Escondido, México.
            Consegui o visto com facilidade, on line mesmo, através do site do consulado Mexicano no Brasil, poucos dias antes do embarque.
            No avião entre São Paulo e Cidade do México li, em uma das revistas de bordo, uma frase de Susan Casey, do livro Ondas, que dizia algo parecido com: O belo para tornar-se sublime, necessita um pouco de terror. Em menos de uma semana pude entender e contemplar o verdadeiro significado destas palavras.
            Durante os 26 dias que estive por lá, duas ondulações encostaram na costa mexicana para delírio de muitos. Brasileiros, norte americanos, locais e pessoas dos mais diversos lugares desfrutaram um ótimo início de temporada! O primeiro grande swell do ano apareceu no dia 18 de maio e permaneceu bombando por uma semana aproximadamente. Coco Nogales, Oscar Moncada, Shane Dorian, Greg Long, Nic Lamb, Ian Walsh, os bodyboarders, Chui, Sean Morin e Brandon Foster foram alguns dos destaques. Ficou fácil compreender os motivos que levam a onda da praia de Zicatela, em Puerto Escondido, a ser chamada de Mexican Pipe. ALTAS ONDAS!!! Grandes, pesadas e tubulares!!!
            Quando o mar diminuiu, a diversão foi garantida pela onda de Punta Colorada. Frequentada apenas por bodyboarders, a melhor definição que escutei, vinda de um atleta local, é que o lugar é um skate park para bodyboard. Preciso dizer mais?
            No dia 30 de maio, o mar amanheceu em transformação e à tarde a ondulação que havia chegado era maior do que a anterior. Além de muitos dos atletas citados acima, Maya Gabeira, Ken “Skindog” Collins e muitos outros big riders desafiaram as morras. De fato, o tow in foi o que reinou durante dois dias. Novamente as ondas quebraram por mais de uma semana. Um verdadeiro espetáculo da natureza!!!
            A cultura mexicana, pré-hispânica, dos índios locais mesmo, tem referencias de mais de 5 mil anos. Seu conhecimento sobre os astros, plantios e colheitas, arquitetura, sistemas de irrigação, engenharia, artesanato e outras áreas de conhecimento ainda hoje levantam dúvidas e curiosidades à respeito da sua magnitude!
            Segundo o artista local Edgar Alvarez (Cron), no dia 15 de maio, em algumas localidades do país, é comemorado o dia de Quetzal Coatl. Existem várias lendas e contos referentes à esta figura mítica das culturas mesoamericanas (Azteca, Maia, Tolteca, entre outras). Reproduzo uma das histórias que escutei do pintor citado acima. Diz ele que quetzal (ave) coatl (serpente) é um dos Deuses reverenciados pelos povos locais, ele representa a união entre o céu e a terra (quando a água que desce das nuvens toca o solo), marca o início da temporada de chuva, orienta a época certa para semear, preparar a terra e colher. Coincidentemente, ou não, esta é a época das grandes ondulações no território de Quetzal Coatl!
            
Breve guia para aproveitar Zicatela, baseado em experiências pessoais:
- Altas temperaturas (pra cima dos 30 gruas diariamente!), água quente, árvores frutíferas, a comida boa e temperada, cerveja barata e as muitas cores da cultura local caracterizam o clima tropical do lugar.
- As pessoas (mexicanos) são bastante acessíveis e de boa fé, estão acostumados com a presença de turistas do mundo inteiro, porém o respeito ao lugar e a quem nele vive é imprescindível.
- A moeda local é o peso mexicano, a troca de dólares pode ser feita em bancos (melhores taxas) ou casas de câmbio, encontradas pelo lugar. Encontrei cotações variando entre 1 dólar = 10,50 pesos (aeroporto) e 1 = 11,15 (banco). Antes de sair do Brasil comprei dólares com a cotação de R$ 1,70 (reais)
- Os custos para estadia ficam entre R$ 15,00 e R$ 200,00 (reais), dependendo do grau de conforto que a pessoa busca.  Minha dica é a pousada do brasileiro Vandielli (pode-se entrar em contato com ele pelo facebook Vandielle Esmael Dias). Local e pessoas muito bacanas! Vale a pena!!!
- Pra quem quer economizar na alimentação, uma opção é fazer compras no supermercado local Super Che e cozinhar em casa. Mas, come-se uma refeição muito boa entre 50 e 200 pesos (5 e 20 dólares, aproximadamente), de acordo com o tamanho da fome!
- Uma long neck (cerveja) gelada custa entre 10 e 20 pesos.
Aproveitando as ondas:
- O crowd, nos dias menores, é intenso! Vá para água “temprano” (cedo)!
- Pranchas de bodyboard: Vale a pena prestar atenção nos materiais que compõe sua prancha, a onda é bastante pesada e a água muito quente! Flexibilidade para uma boa cavada é uma boa pedida.
- Existe inúmeras opções além de Zicatela, ondas de nível internacional, para todos os gostos e níveis técnicos, corra atrás, quem procura acha!
- Equipamentos: por ser um surfspot de renome internacional, Zicatela conta com surfshops e bodyboardshops em abundância, caso precises de um leash, prancha, pé-de-pato ou coisas do gênero. Uma dica é a Seth Surfshop.
- Fotos e filmagens: existem fotógrafos e cinegrafistas clicando as ondas de todos de maneira intensiva o tempo inteiro. Basta uma volta nas surfshops locais no período da tarde, para encontrar os cliques da manhã. Porém, se tens a obrigação de produzir material para patrocinadores ou meios de comunicação, fica arriscado depender apenas do pessoal na areia. Nos dias grandes a atenção é dividida com caras de renome internacional e nos dias menores com o crowd. Edwin Morales e Angel Salinas são minhas indicações nesta area.

As fotos abaixo foram feitas por: Edwin Morales, Angel Salinas e Rafael Pereira.

Hasta luego y muchas gracias!!!