segunda-feira, 30 de julho de 2012

Mas, o que que eu tenho a ver com isso?


For my friends that don´t understand portuguese, please google translator!!!
Para los amigos que no comprendem el portugues, por favor, google traductor!!!



Aproveito a realização dos Jogos Olímpicos, o fato de ainda não poder explorar  os mares e lugares que tanto gosto e as eleições que se aproximam para divulgar um texto que escrevi, a pedido da minha cunhada, Cecília Rothermel Gonçalves Pinho. Ela entregou recentemente sua tese de mestrado na Universidade Lusófona de Lisboa (Portugal), antes disto me fez a seguinte pergunta:



Porque que tu achas que seria positivo a inserção de adolescentes na prática do surf e porque ajudaria a prevenir o abuso das drogas?


Cissa, visto que tua pesquisa está direcionada a adolescentes entre 10 e 14 anos e que o foco é a parte psicológica, não escreverei sobre os pontos positivos, da ótica física, ou fisiológica. Também pelo fato de eu não ter conhecimento teórico, nem estudo suficiente para opinar sobre as melhorias no sistema cardio respiratório, na produção de endorfina e outras mudanças que o corpo humano apresenta após a pratica esportiva. Tudo bem?
            Porém, partindo da premissa que quando há esforços direcionados os resultados são maximizados e mais proveitosos, escreverei um pouco do que vivo e vi durante as aulas praticas de surf, bodyboard e SUP na beira da praia.
Acredito que a inserção de adolescentes em projetos que contemplam as aulas de surf e ofereçam acompanhamento em outros áreas, como a psicologia por exemplo, são ferramentas de grande importância para o desenvolvimento de cidadãos de bem. Pessoas que exercerão com sucesso, caráter e responsabilidade seu papel perante a sociedade.
Mas, quais seriam os diferenciais do surf?
Bom, um deles é que a pratica do surf não impõe regras explícitas. Há, sim, um código de conduta que aprende-se de maneira empírica ou através de surfistas mais experientes. Porém, quando praticado de maneira recreativa, o que seria 100% dos casos no nível iniciante, não há pontuações, não há quadras, não há regras. Esta característica remete a sensação de liberdade, que bem explorada e com limites definidos, pode desenvolver a criatividade dos adolescentes, ao mesmo tempo que propicia bem estar e saúde.


Limites definidos passam pela consciência e respeito necessário que a força do oceano impõe, oferecendo crescimento e maturidade ao mostrar que não podemos controlar tudo. Ainda, ajuda a perceber que há desafios a serem vencidos, medos e riscos, que quando bem calculados, trabalham positivamente a auto estima e confiança do indivíduo.
Surfar é um esporte individual, de certo modo isto facilita sua prática, pois inexiste a dependência de outras pessoas para composição de uma equipe ou para atuação como adversário, por exemplo. Vontade própria e personalidade são características do ser humano que podem aflorar devido a atuação individualizada.
A praia e o mar, ou seja, o ambiente em que o surf é praticado está em constante mutação. Os ventos, as ondas, as marés, as correntezas requerem e aguçam habilidades, como a observação, compreensão, interpretação e adaptação às modificações impostas velozmente. Seria este um ponto para que a concentração seja trabalhada? Acredito que sim, pois influencia um contato mais íntimo consigo mesmo, com seu corpo e seus pensamentos. Cobra um relacionamento direto e intenso com a natureza, trazendo momentos de contemplação e socialização com aqueles que compartilham do mesmo gosto pelo esporte.


            Em suma, nas regiões litorâneas o surf demonstrou, com o passar dos anos, ser uma alternativa de esporte, estilo de vida e trabalho para a população. Pois, exerce papel fundamental na economia e modo de viver das cidades onde existem boas condições para sua pratica. Desta ótica, podemos visualizar um ciclo completo, onde o adolescente praticante descobre, experimenta, gosta e desenvolve. Compartilha com os amigos, a família. Aprende, constantemente, e pode optar por profissões que fazem parte do mercado do surf, onde passará adiante suas experiências provindas do esporte.

            Espero ter ajudado, peço desculpa pela falta de profundidade em alguns pontos abordados, bem como a falta de outros pontos importantes. Escrevi na corrida...

O título do estudo é:
 ANFETAMINAS E METANFETAMINAS, AS NOVAS DROGAS SOCIAIS. UM PROGRAMA DE PREVENÇÃO A TOXICODEPENDÊNCIA DIRECIONADO AOS ADOLESCENTES.
Por motivos acadêmicos, estas são minhas relações profissionais e acadêmicas com o esporte: atleta de bodyboard. Instrutor de surf, bodyboard e SUP desde 2007 (Brasil e Portugal). Tecnólogo em Gestão de Negócios do Surf (2009, Univali/SC/Brasil).
Exemplos de trabalhos sociais muito bem realizados podem ser encontrados facilmente pela internet, mas cito aqui o Centro Cultural Escrava Anastácia e seu projeto "Procurando Caminho", pois é o que tive contato aqui em Florianópolis.
Mais informações no link: http://ccea.org.br/blog/?page_id=1892

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Exercitando a paciência!

Previsão incrível de ondas para os próximos dias, mas tô conformado, vou acompanhar as fotos, vídeos e comentários dos amigos pela internet! BOAS ONDAS GALERA!!!



Enquanto isso, fisioterapia com eletrochoques e exercícios para o fortalecimento do ombro direito.



Desde já, meu MUITO OBRIGADO à equipe da Florianópolis Clínica. Tatiana, Thaís e Fernanda.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Boas novas!


Foram-se duas semanas de recuperação da operação a qual fui submetido, tá tudo certo! O doutor Norberto Martins acabou com uma hérnia inguinal que me acompanhou nos últimos seis anos. Aproveitei o tempo parado, longe das ondas, para tratar de uma dor no ombro que sentia desde que saí de Portugal em setembro do ano passado. Resultado dos exames: alteração morfológica da articulação acrômio-clavicular, identificando-se um edema ósseo. Alterações que podem estar relacionadas à reação por stress da articulação, devido à hipermobilidade. Tradução para um leigo como eu: 20 sessões de fisioterapia no ombro, ou seja mais tempo fora da água.
Desde que saí da casa dos meus pais, onze anos atrás, para viver perto do mar e das ondas, esta é a primeira vez que ficarei tanto tempo sem poder surfar. Um oceano de pensamentos e emoções inundou minha cabeça e coração nestas últimas semanas. Natural, eu diria. Logo tudo volta ao normal!
Como escrevi anteriormente, aproveitei este tempo de molho para dar atenção a outros projetos e trabalhos. Sempre gostei de ler e escrever, este foi um dos motivos da criação deste blog, por isso segue abaixo um dos meus devaneios nestes dias em terra firme.


PorTO do sol ALEGRE!

Passou-se um mês, sem que houvesse uma mínima chance de submergir na água salgada, sem uma única oportunidade de deslizar no mar. Fazer o que? Esperar. Mas, enquanto o habitual não retorna ao dia a dia, sinto falta do mar. Sinto falta das ondas. Da água salgada. E me pergunto: quantos meses mais passarão?
Respiro fundo, tento manter a tranquilidade. Espero ansioso por momentos ímpares. Espero como quem espera a próxima séria de ondas surgir no horizonte. Ofegante, extasiado, com medo e com vontade.
Neste meio tempo, PorTO ALEGRE, minha cidade. Entenda que viajei e viajo bastante por aí, mas o único lugar que posso chamar de minha cidade é Porto Alegre. Não, não tem mar, dele sinto falta quando estou por aqui. Não, não tem onda, acho que isso explica um pouco da minha ansiedade, hoje. Mas, neste meio tempo (ou seria tempo inteiro?), Porto Alegre cadencia o passar do... tempo.
Como os índios nativos ou os açorianos desbravadores, permaneço na minha fortaleza, junto a família. Estudo e trabalho alternativas. Estudo e trabalho os novos caminhos, os próximos passos. Brigo comigo mesmo, brigo com meu próprio ser e, também, com meu próprio pensar. Continuo cheio de gás, cheio de ideias, cheio de vontades. A ansiedade, parte do meu eu, brinca e sacaneia meu viver. A impaciência de uma recuperação física teima em minar, enfraquecer o psicológico. Ao mesmo tempo a internet e a televisão sufocam e alimentam, com sua artilharia pesada, as trincheiras da minha imaginação.
Estas duas, a tal da impaciência e a tal da ansiedade, alimentam uma angustia desnecessária, um “tenho que estar em movimento”, “tenho que fazer alguma coisa”. O frio desta época do ano é mais um covarde aliado destas duas. E tenta, com uma faca na mão, tombar o resto de força que tenho. Mas, como dizem por estas bandas, não tá morto quem peleia e, no berço, por aqui se aprende a ser peleador.
Enquanto não meto o pé na estrada, enquanto não meto o corpo na água salgada, vivo um suspiro a cada instante, como o prazer de soltar a fumaça do fumante. Sigo o sonho de respirar no interior de uma sala líquida e ovalada, de deixar nas praias do mundo minhas pegadas. Conformo a razão em esperar, conforto o coração no sonhar. É uma questão de tempo. Tempo para fortalecer o ombro, tempo pra cicatrizarem os cortes e pontos que ficarão como lembrança. Tempo de mais e tempo de menos no meu Porto do sol Alegre...



Foto do por do sol no Rio (Lago) Guaíba: Natália Tedy.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Aproveita pra pensar!



Permaneço em recuperação, sexta feira mais um exame para saber quando posso voltar pra água. Neste meio tempo tenho feito muitas leituras, assistido bastante vídeos na internet e trabalhado em projetos futuros. Nada mal, AGRADEÇO IMENSAMENTE AOS MEUS PAIS, Natália e família pelos cuidados e pela atenção comigo. Família é base!!!!

Bom, resolvi rever alguns arquivos e encontrei o artigo abaixo, escrevi este texto em 2008, quando ainda estava na faculdade, para a cadeira de marketing esportivo. Em função das eleições que teremos este ano e das possibilidades infinitas que o litoral nos oferece, coloco-o na íntegra para quem estiver interessado. Qualquer observação, crítica ou opinião, escreve aí embaixo!!!
Aquele abraço.


Turismo das ondas.

Poucas forças se comparam à grandiosidade do oceano. A vida simples, as belezas naturais e o ritmo tranqüilo são características específicas de muitas praias ao redor do mundo. Hoje, após mais de 100 anos da revolução industrial, a tumultuada realidade vivida nos aglomerados urbanos, contribuiu para que houvesse uma baixa considerável na qualidade de vida da população. Perdeu-se o ar puro, a liberdade, o verde, a água. De algumas formas as praias representam o inverso do estilo de vida dos grandes centros populacionais. Simbolizam uma maneira de existir que foge ao cotidiano das cidades, despertam o interesse do cidadão comum em realizar um contato profundo com o mar, aproximar-se da natureza e do ser.

Quem pega onda está, continuamente, buscando novos horizontes. Alguns querem apenas se divertir com os amigos, outros testar seus limites em ondas perigosas, muitos gostam de acompanhar etapas do circuito mundial, há também aqueles que procuram ondas sem crowd algum. O que todos têm em comum é o espírito aventureiro, o amor à natureza e as ondas, a curiosidade sobre diferentes culturas e a vontade de sair de férias por um tempo. Como podemos ver existem diferentes públicos neste universo.

Todos sabem que o meio ambiente e o turismo estão ligados por uma delicada relação, onde as atividades turísticas podem significar, dependendo do contexto, destruição ou preservação de uma região. O surf já é realidade em grande parte do mundo o que o tornou uma paixão a nível mundial. O turismo para o surf usa as ondas, um recurso natural, como uma vantagem construtiva, um “chamarisco” para gerar divulgação de lugares.

Face à perspectiva de proporcionar um ambiente desenvolvido, o turismo do surf é fortalecido não só pela beleza das praias, da cultura surf ou pelos ricos atrativos naturais, mas, também, pelos diversos valores culturais locais e infinitos produtos da indústria artesanal, fotos e filmagens, restaurantes, pousadas, mergulho, trilhas ecológicas, museus e etc. Se bem ofertados, esses produtos e serviços podem alavancar a economia local.

Quem pega onda além de dormir, comer e surfar, necessita de serviços complementares da comunidade, como bares, roupas e acessórios, aluguel de barcos e tantos outros serviços que significam crescimento e desenvolvimento da economia local. Para isso é necessário que a população retorne os investimentos que vem de fora em melhores serviços a serem ofertados. Isso gera infra-estrutura, empregos e especialização da mão de obra. Se oportunidades de trabalho são criadas através do turismo, outras atividades mais devastadoras como a extração de minérios ou de madeira, por exemplo, podem ser reduzidas ou não... A especialização de pessoas para a prestação de serviços  pode combater problemas sociais como a prostituição infantil e o tráfico.

Muitos do que é ofertado para a comunidade das ondas vem através de empreendimentos de pequeno e médio porte, geralmente negócios administrados por famílias, portanto os salários e os empregos são relativamente justos e estáveis. Essa realidade torna o ambiente mais saudável, comparado à presença de multinacionais do setor hoteleiro. Além disso, o turismo do surf é, geralmente, em localidades afastadas dos centros urbanos, ou seja, uma espécie de turismo rural, o que gera oportunidades fora das grandes cidades.

Uma política pública na área do turismo deve ser exercida com um planejamento a longo e médio prazo e em grande escala, que inclua a maior parte da população. Atividades de curto prazo e de forma isolada não contribuem de uma maneira sólida para o desenvolvimento de uma localidade. Outro fator importante é a ética em que estas ações devem ser realizadas, ou seja, interesses pessoais voltados para poucos não acrescentam de forma positiva no crescimento de uma região.

Estudos sobre o impacto de cada um dos projetos a serem implantados são de suma importância, para prever eventuais necessidades futuras e também para a preparação e adaptação dos meios sociais, econômicos e ambientais.

Trabalhos integrados entre poder público, empresas privadas e a população trazem mudanças positivas, entre elas melhorias na infra-estrutura urbana, educação, cultura e movimentação econômica. Isto gera um ciclo de prosperidade, onde o surf pode ser um grande catalisador.