quarta-feira, 4 de julho de 2012

Aproveita pra pensar!



Permaneço em recuperação, sexta feira mais um exame para saber quando posso voltar pra água. Neste meio tempo tenho feito muitas leituras, assistido bastante vídeos na internet e trabalhado em projetos futuros. Nada mal, AGRADEÇO IMENSAMENTE AOS MEUS PAIS, Natália e família pelos cuidados e pela atenção comigo. Família é base!!!!

Bom, resolvi rever alguns arquivos e encontrei o artigo abaixo, escrevi este texto em 2008, quando ainda estava na faculdade, para a cadeira de marketing esportivo. Em função das eleições que teremos este ano e das possibilidades infinitas que o litoral nos oferece, coloco-o na íntegra para quem estiver interessado. Qualquer observação, crítica ou opinião, escreve aí embaixo!!!
Aquele abraço.


Turismo das ondas.

Poucas forças se comparam à grandiosidade do oceano. A vida simples, as belezas naturais e o ritmo tranqüilo são características específicas de muitas praias ao redor do mundo. Hoje, após mais de 100 anos da revolução industrial, a tumultuada realidade vivida nos aglomerados urbanos, contribuiu para que houvesse uma baixa considerável na qualidade de vida da população. Perdeu-se o ar puro, a liberdade, o verde, a água. De algumas formas as praias representam o inverso do estilo de vida dos grandes centros populacionais. Simbolizam uma maneira de existir que foge ao cotidiano das cidades, despertam o interesse do cidadão comum em realizar um contato profundo com o mar, aproximar-se da natureza e do ser.

Quem pega onda está, continuamente, buscando novos horizontes. Alguns querem apenas se divertir com os amigos, outros testar seus limites em ondas perigosas, muitos gostam de acompanhar etapas do circuito mundial, há também aqueles que procuram ondas sem crowd algum. O que todos têm em comum é o espírito aventureiro, o amor à natureza e as ondas, a curiosidade sobre diferentes culturas e a vontade de sair de férias por um tempo. Como podemos ver existem diferentes públicos neste universo.

Todos sabem que o meio ambiente e o turismo estão ligados por uma delicada relação, onde as atividades turísticas podem significar, dependendo do contexto, destruição ou preservação de uma região. O surf já é realidade em grande parte do mundo o que o tornou uma paixão a nível mundial. O turismo para o surf usa as ondas, um recurso natural, como uma vantagem construtiva, um “chamarisco” para gerar divulgação de lugares.

Face à perspectiva de proporcionar um ambiente desenvolvido, o turismo do surf é fortalecido não só pela beleza das praias, da cultura surf ou pelos ricos atrativos naturais, mas, também, pelos diversos valores culturais locais e infinitos produtos da indústria artesanal, fotos e filmagens, restaurantes, pousadas, mergulho, trilhas ecológicas, museus e etc. Se bem ofertados, esses produtos e serviços podem alavancar a economia local.

Quem pega onda além de dormir, comer e surfar, necessita de serviços complementares da comunidade, como bares, roupas e acessórios, aluguel de barcos e tantos outros serviços que significam crescimento e desenvolvimento da economia local. Para isso é necessário que a população retorne os investimentos que vem de fora em melhores serviços a serem ofertados. Isso gera infra-estrutura, empregos e especialização da mão de obra. Se oportunidades de trabalho são criadas através do turismo, outras atividades mais devastadoras como a extração de minérios ou de madeira, por exemplo, podem ser reduzidas ou não... A especialização de pessoas para a prestação de serviços  pode combater problemas sociais como a prostituição infantil e o tráfico.

Muitos do que é ofertado para a comunidade das ondas vem através de empreendimentos de pequeno e médio porte, geralmente negócios administrados por famílias, portanto os salários e os empregos são relativamente justos e estáveis. Essa realidade torna o ambiente mais saudável, comparado à presença de multinacionais do setor hoteleiro. Além disso, o turismo do surf é, geralmente, em localidades afastadas dos centros urbanos, ou seja, uma espécie de turismo rural, o que gera oportunidades fora das grandes cidades.

Uma política pública na área do turismo deve ser exercida com um planejamento a longo e médio prazo e em grande escala, que inclua a maior parte da população. Atividades de curto prazo e de forma isolada não contribuem de uma maneira sólida para o desenvolvimento de uma localidade. Outro fator importante é a ética em que estas ações devem ser realizadas, ou seja, interesses pessoais voltados para poucos não acrescentam de forma positiva no crescimento de uma região.

Estudos sobre o impacto de cada um dos projetos a serem implantados são de suma importância, para prever eventuais necessidades futuras e também para a preparação e adaptação dos meios sociais, econômicos e ambientais.

Trabalhos integrados entre poder público, empresas privadas e a população trazem mudanças positivas, entre elas melhorias na infra-estrutura urbana, educação, cultura e movimentação econômica. Isto gera um ciclo de prosperidade, onde o surf pode ser um grande catalisador.

2 comentários:

  1. Olá André
    Escrito em 2008 e ainda bem atual. Gostei muito.
    Maitê Ortega

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  2. Que bom que tu gostastes Maitê! Fico muito contente.
    Passa por nós a responsabilidade de planejar e executar ações efetivas.
    Boas ondas!
    Abraço,
    André.

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